Por Graça Afonso
Nem todos os animais de companhia são cães ou gatos. Muita gente opta por animais exóticos; furões, coelhos, porquinhos-da-índia, cobras, aranhas, tartarugas, camaleões, lagartos, iguanas…
Muitos já são criados em cativeiro e são uma opção para quem tem pouco espaço ou pretende ter experiências de relacionamento com espécies menos comuns ao convívio humano. Entre os mencionados, os furões, os coelhos e os porquinhos da índia são os mais populares e necessitam cuidados especiais, na forma como são tratados e como são alimentados.
E tal como outros animais também estão sujeitos a infecções e doenças parasitárias, pelo que é prioritário prevenir e tratar essas doenças.
Começamos pelo simpático Furão (Mustela putorius furo) conhecido pelo seu forte odor e pela sua inteligência e argúcia. Apesar de serem carnívoros, também podem ser alimentados com ração.
Até à idade de cinco anos devem fazer pelo menos uma visita anual ao veterinário, após essa idade é desejável pelo menos duas visitas por ano. Têm uma expectativa de vida de oito a dez anos, a gravidez dura entre 41 a 42 dias, no estado adulto os machos atingem cerca de 1200 gramas e as fêmeas 600 gramas. Atingem a maturidade sexual entre oito e os 12 meses, uma ninhada normal chega a 8 crias. A temperatura corporal é de 38,8 graus centígrados.
Porquinho-da-Índia (Cavia porcellus)
Os porquinhos-da-índia são roedores e a sua atitude de defesa dos predadores é permanecerem imóveis. A contrário dos furões são animais herbívoros e a sua alimentação deve ser rica em fibra. Têm uma dieta muito simples e normalmente alimentam-se de feno, maçã, cenoura e alface.
Têm uma esperança de vida entre quatro a oito anos e a gravidez dura entre 59 a 72 dias. No estado adulto os machos pesam até 1200 gramas e as fêmeas entre 750 a 100 gramas. Os machos atingem a maturidade sexual entre a nona e décima semana, e as fêmeas entre as quatro e as seis semanas. As ninhadas podem constituir-se até seis crias e a temperatura corporal normal situa-se entre os 38,6 e 39,5 graus centígrados.
Coelho (Oryctolagus cuniculus)
Os coelhos são muito limpos e sociáveis, mas também muito frágeis.
São animais vegetarianos e a sua dieta baseia-se em verdura fresca e feno de boa qualidade. As doenças, que mais os atingem os coelhos têm origem respiratória: mixomatose (doença viral) e doença viral hemorrágica.
A vida média de um coelho ronda entre os cinco e os dez anos. As fêmeas têm um período de gestação entre 28 a 32 dias e o peso normal atinge os dez quilos. A maturidade sexual chega entre os quatro e os oito meses e as ninhadas rondam entre as quatro e as doze crias. A temperatura normal situa-se entre os 38,5 graus centígrados e os 40.
Principais doenças parasitárias
Parasitas externos
Pulgas
As pulgas provocam comichão e irritação da pele. E se o animal for alérgico à saliva da pulga poderá desenvolver DAPP (Dermatite Alérgica à Picada da Pulga)
Ácaros dos ouvidos
Estes parasitas microscópicos, que se revelam numa pasta castanha provocam otite, afectando o pavilhão auricular, o ouvido externo e médio. Causam grandes quantidades de exsudado, irritação e inflamação.
Ácaros da pele
A sarna é causada por ácaros que habitam na pele, causando comichão, queda de pêlo e crostas.
Parasitas internos
Vermes intestinais
Estes parasitas encontram-se no intestino no estado adulto e no fígado, rins, coração, pulmões e intestino em forma de larva.
Provocam fadiga, falta de apetite, vómitos, tosse, dificuldade respiratória e diarreia.
Vermes do coração
Estes vermes afectam o coração, podendo ainda obstruir as artérias pulmonares.
Provocam perda de peso, tosse, dificuldade respiratória, de apetite e pode levar a uma morte precoce.
Em jeito de conclusão é na prevenção que tem de apostar, não só mantendo os animais desparasitados, como cuidar da higiene do seu meio ambiente, reduzindo o risco de contágio de pulgas, ácaros, piolhos e outros parasitas externos.
E não há ninguém melhor para o aconselhar no tipo de produto a aplicar, que o seu médico-veterinário, tendo sempre em conta o peso do animal.
Os animais exóticos têm as suas exigências que os donos inexperientes devem estudar e estar atentos.