
A Patas Errantes não é um armazém de cães!

Sansão ainda espera por uma oportunidade…
A Patas Errantes é uma associação de protecção de animais perdidos ou abandonados.
O caminho até ao portão da Patas Errantes é de um verde brilhante repleto de arvoredo, que se estende sobre um pequeno ribeiro. Inúmeros pássaros celebram a vida, cantarolando despreocupados.
Afinal são livres, nunca vão ter donos, nem ser abandonados…
O portão gigante separa-nos dos que já tiveram donos…Tocamos um sininho e esperamos que alguém nos venha abrir o portão… Fiorella, tratadora na altura, deu-nos passagem para o dia a dia destes meninos.

Era o dia de aniversário da Patas Errantes, que celebrava 15 anos, com mais de 2000 cães recolhidos, durante esse período e uma média de 120 adopções anuais.
Hoje, os 63 cães residentes, consomem mensalmente, cerca de uma tonelada de ração, num espaço de cinco mil metros, onde estão seguros e bem tratados.

O residente mais velho é o Nanoo! Tem 17 anos. Está lá desde o início… Nanoo vivia no estado selvagem e foi capturado juntamente com a mãe e os irmãos. Eram uma das matilhas de cães assilvestrados, que deambulava, no Linhó, em Sintra.
A Patas Errantes é uma associação de protecção animal, sem fins lucrativos, que depende da boa vontade alheia. Nasceu há quinze anos com muitas aventuras, inúmeros desafios e grandes dificuldades, que serão contadas num livro.
Lourdes Lopes, uma das fundadoras
As duas fundadoras Lourdes Lopes e Isabel Santini já resgatavam cães abandonados há muito tempo. Como não se identificavam com o tipo de protecção normal, da instituição onde eram voluntárias, partiram para uma “aventura louca”, onde todos os cães teriam o seu percurso com igualdade de oportunidades, independentemente da razão que os levou à estrada…

Na Patas Errantes, o cão não é catalogado como perigoso, nem condenado a viver isolado o resto da vida, sem qualquer perspectiva de adopção.
A todos os cães são dadas as mesmas oportunidades, através de um percurso de recuperação física e psicológica, seguida de reinserção social, até atingirem o Apto, e aí finalmente serem encaminhados para adopção.

A prioridade é dada a animal em risco, como cadelas grávidas ou ninhadas, cachorros e ainda cães vítimas de maus tratos.
Lourdes Lopes, a presidente da Patas Errantes aponta como principais causas de abandono a falta de compromisso e de princípios sociais, que considera transversal a toda sociedade, não se balizando nem pela cultura, nem pela capacidade financeira.
O sonho que falta cumprir… “Encerrar a associação por não haver mais animais maltratados!” confidenciou Lourdes Lopes, presidente da associação Patas Errantes.