O cão mais velho do mundo, cham-se Bobi e é português
Bobi come o que os donos comem.

Texto Graça Afonso/Fotos facebook

O cão mais velho do mundo, e de sempre, chama-se Bobi, é de raça portuguesa, um exemplar Rafeiro Alentejano, e do alto dos seus 30 anos entrou para o Guinness World Records, quando a expectativa de vida desta raça não ultrapassa os 14 anos.

Bobi vive em Conqueiros, na região de Leiria e ainda recebe as visitas de cauda a abanar ao lado do dono Leonel Costa, que está surpreendido com esta homenagem mundial ao seu pacato Bobi, embora todos os cães da casa tenham chegado a velhos. A mãe do Bobi viveu 18 anos, e dos anteriores nenhum morreu antes dos 15 anos, pois por ali “o que importa é o amor!”.

A ciência não tem explicação para a longevidade de Bobi, mas o facto de ser amado e a sua alimentação natural, talvez tenha contribuído para este resultado. Bobi come o mesmo que a sua família humana, embora tenha as suas preferências por peixe grelhado, com broa e azeite, bife com arroz e uma canjinha também não falha. Açucares e lacticínios não toca, adora esparguete simples e fruta, só maçãs.

Leonel Costa, o dono, refere com carinho e orgulho: “Este cão representa as gerações da nossa família. Quando olhamos para ele lembramo-nos do meu pai, do meu irmão e dos avós”.

Bobi nasceu a 11 de maio de 1992 com mais três irmãos e escapou da morte prematura por um triz, pois naquela altura os cães eram mortos, ainda antes de abrir os olhos. Como era da cor da lenha escapou sem ser visto. A mãe de Leonel alimentou-o em segredo, mas uns dias depois, Leonel, ainda com oito anos, descobriu e escondeu-o durante algumas semanas, tempo fundamental, para que não fosse morto. “Ainda levei porrada, mas os meus pais já não lhe podiam fazer nada, porque ele tinha aberto os olhos. E foi assim que passou a fazer parte da casa, até hoje.” confidenciou Leonel, agora à beira dos 40 anos.

A idade do Bobi foi verificada pelo sistema de registo da DGAV (Direcção Geral de Veterinária), que comprovou o registo de nascimento em 1992, nos serviços veterinários do município de Leiria. E a partir daí os dados estavam lançados para o reconhecimento oficial do cão mais velho do mundo e de sempre.

Bobi tirou o título de cão mais velho do mundo a Spike, com 23 anos, que esteve apenas duas semanas no Guiness e assim bateu um recorde, que não era atingido desde 1939 e que pertenceu ao pastor alemão Bluey, que morreu aos 29 anos e 5 meses.

Hoje Bobi dorme o que lhe apetece, ladra para comer, ladra aos gatos e passeia duas vezes por dia, ainda que com alguma dificuldade, mas o interesse pelas cadelas ainda está na ordem do dia, já que o cão mais velho do mundo ainda tem tudo no sítio…

Em breve, Bobi, que já ouve e vê mal, celebra o seu 31º aniversário, o que num ser humano seria o equivalente a cerca de 210 anos.

Leonel acredita que a longevidade de Bobi tem a haver com a sua vida na aldeia, de nunca estar preso, ter usado trela ou coleira, bem como a alimentação que o cão sempre teve: “O que nós comemos, ele também come, tentamos é tirar ao máximo os temperos. Por exemplo, se vamos comprar quatro bifes, compramos sempre mais um para ele” afirmou o dono.

A decisão de concorrer ao Guinness foi de Leonel, embora os dois títulos não tenham qualquer valor monetário, sendo apenas uma distinção à longevidade do animal. “Sei que, se calhar, daqui a um ano ou dois, o Bobi poderá não estar cá, é o mínimo que eu podia fazer por ele. Ele merecia que eu tentasse”, porque o que importa é o amor!

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