Maria e Peppa, uma porquinha de estimação, abatida por ordem das autoridades
Peppa, a porquinha, foi criada por Maria com muito amor. Foto do facebook

Peppa, a porquinha, morre inocente

Por Graça Afonso

Em Ponta Delgada, nos Açores, não são só os animais que são maltratados, quem os defende também é perseguido cobardemente! Que vergonha!

 

Maria Cabral, uma corajosa acérrima defensora dos direitos dos animais era detentora de uma porquinha, a Peppa. Após visita de veterinário foi ameaçada de perder a tutela do filho, senão abatesse a porca e Maria no desespero decidiu-se pelo abate da Peppa, uma porca de estimação criada com todo o amor e carinho. Hoje não o teria feito…

Peppa, a porquinha de estimação, com os seus amigos cães
Peppa e seus amigos caninos

Como se isso não bastasse recebeu uma notificação do tribunal com uma coima e onde constava, que tinha praticado um crime grave?! Um crime grave criar uma porca aleijada e rejeitada?! Então e quem cria porcos para a matança?! Não é crime?

Revoltada e sem compreender, nem assumir o crime de que era acusada Maria não pagou a multa, embora estivesse disponível para fazer trabalho comunitário, chegando a contactar o presidente da Junta de Freguesia para tal. A resposta do tribunal foi a penhora do veículo, cujas prestações paga com o seu suor e do qual tem absoluta necessidade para levar o filho de quatro anos e o pai ao médico.

O filho de Maria ainda hoje chora a sua Peppa e pede desesperado, que ela volte e a mãe com todo o amor, que tem no seu coração conforta-o dizendo que a Peppa está no céu…

Mas que tribunal de menores poderia decidir contra o superior interesse da criança, causando-lhe tamanho sofrimento, privando-o do afecto, que nutria por um animal de estimação, a sua Peppa?

Maria Cabral não espancou, nem matou, nem roubou, mas o tribunal condenou-a… Maria apenas deu amor a um animal aleijado condenado a morrer no estrume, abandonado à sua sorte.

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Isto em Ponta Delgada é crime?!

Ponta Delgada mais uma vez, na ribalta por maus tratos aos animais, e também por perseguição de quem os defende e protege. Estranhamente a lei não se aplica a quem todos os dias viola os direitos dos animais, abandonando-os, espancando-os, fazendo criação ilegal, ou deixando-os presos à corrente, a morrer à fome, senão forem atirados para a gruta, ou ainda mais requintado, porque oficial, maltratados no próprio do canil municipal… Existem muitas provas vivas dos traumas com que saem de lá…

Maria está obviamente a ser perseguida pelo caciquismo instituído em Ponta Delgada e a sociedade tem de proteger esta mulher dessa gente poderosa, e sem coração.

Negada a possibilidade de trabalho comunitário, paga está coima e as custas judiciais por um crime, que Maria não praticou, nem assume, mas que há três anos lhe tem dado cabo da paz e da vida a que tem direito uma pessoa de bem e de grande coração, como é esta mãe coragem, que não está mais sozinha, na luta pela defesa dos direitos dos animais.

Para além das associações de defesa dos animais, que já existem no terreno, também o IRA, Núcleo de Intervenção e Resgate Animal, acaba de se instalar na ilha, e não brincam em serviço.

A morte de Peppa não foi em vão! Ela será um testemunho da arbitrariedade e da falta de liberdade enraizada nas ilhas, onde a lei é a de “em terra de cegos, quem tem um olho é rei!”

Uma história incrível que só seria possível na época medieval, aconteceu aqui em Portugal, nos Açores, em Ponta Delgada, em pleno século XXI.

Que vergonha este lado da Pérola do Atlântico…

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